sábado, 16 de maio de 2009

A César o que é de César…

A prática religiosa católica sempre esteve presente na minha vida, desde a família onde sempre se rezou o terço, frequentei a catequese, fiz as comunhões, fui crismado, casei pela Igreja, participei muito activamente em organizações juvenis influenciadas pela Igreja.

Porém, sempre esteve presente no meu espírito, principalmente no tempo de juventude, aí pelos anos 80, uma certa maneira irreverente de intervir e viver a religião católica. Graças aos líderes que me inspiraram, tive a sorte de conseguir ver a vivência cristã como algo de rebelde, independente em relação ao Poder terreno.

A Igreja que eu vivi e por que me senti atraído, é uma Igreja, como se dizia, progressista, independente, uma Igreja voltada para a defesa da Paz, da solidariedade, dos direitos humanos, tendo como exemplo a vida de Cristo que nunca se sujeitou aos Poderes terrenos, sendo mesmo perseguido e crucificado por causa de defender os seus ideais.

Ora, ao assistir hoje na RTP1, o Canal televisivo do Estado, durante uma tarde inteira a um cerimonial em que, em minha opinião, se acaba por misturar deliberadamente a Religião com a Política, a meu ver erradamente, em que aparece o Comentador de referência de assuntos políticos, a comentar uma Procissão, bem como a jornalista do programa de debate político de referência nacional a liderar tal reportagem, ao ver isto, eu acho que o País ou algumas correntes no País, tentam misturar aquilo que em minha opinião devia ser como a água e o azeite.

Desde sempre foi uma tentação para os donos do poder terreno ascenderem à categoria divina, bem como para as religiões controlar não só os assuntos de Deus, mas também os negócios terrenos, ambos com resultados catastróficos ao longo da história, em que o cidadão, o ser humano, acaba a ser um joguete na mão dos dois poderes.

Espero que alguém ponha um pouco de água fria neste fervor, caso contrário, ninguém poderá condenar as tentativas de aproveitamento da religião, por parte de candidatos políticos por essas autarquias fora, ou os discursos políticos de padres por essas igrejas fora, principalmente agora que vem aí um período eleitoral intenso

Como dizem as escrituras: “ - A César o que é de César, a Deus o que é de Deus!”

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