domingo, 16 de setembro de 2007

Escravatura ou ganância?

Regra geral, quando lemos o jornal, lemos naquela posição de intelectuais interessados por aquilo que se passa no mundo, com aquele ar distante de quem, enfim, lamenta as desgraças que por aí vão, mas, regra geral de perna cruzada e nada, nem a maior catástrofe, nos faz sair dessa pose.

Porém, quando vemos uma notícia que nos toca, ou toca gente da nossa terra, ou terras vizinhas, alto lá, vamos lá ver isto com atenção, porque aqui toca-nos.

Ora, foi o que me aconteceu hoje de manhã, ao ler a 1ª. Página e seguintes do JN, sobre o encerramento de mais de 200 empresas de trabalho temporário, na sua maioria responsáveis pela angariação de trabalhadores para o estrangeiro, devido a funcionarem fora da lei.

Isto, tocou-me porquê? Todos conhecemos um ou outro caso na nossa terra ou círculo de amigos, de gente que, ultimamente, tem tido necessidade de abalar para Espanha à procura de trabalho, sobretudo na construção civil, porque isto por cá, já foi chão que deu uvas, nessa área.

O ar criminoso que é dado ao assunto, claro, incomoda-me, porque há amigos meus provavelmente em situações descritas como de escravatura, de exploração de mão de obra, por bandos de gente sem escrúpulos.

Ao ler o jornal, mexo-me na cadeira, porque me incomoda verdadeiramente a humilhação por que pode passar um jovem chefe de família que não quer que falte o pão em casa, mas logo me lembro do caso de um amigo que tinha emprego e o abandonou, porque um bandido qualquer desses lhe prometeu 20 Euros á Hora, a trabalhar nas obras em Espanha, como simples trolha a chegar massa.

Acabei eu a pensar se devia ter pena, ou antes pensar que, em vez de um caso de escravatura do meu pobre amigo, se trata antes de casos de gente gananciosa que, ao imaginar que pode ganhar tamanha cifra devia imediatamente desconfiar que, das duas uma, ou é barrete, ou é alguma organização criminosa que comercializa algo, que, para pagar tamanho salário, só pode ser droga ou similar…muitas vezes, pelos vistos, é barrete.

Portanto, amigos trolhas e grandes especialistas cá da terra, não há nada de anormal em ir oferecer o vosso serviço a quem dele precisa e pode pagar, mas não acreditem em salários 4 ou 5 vezes superiores a Portugal, porque, na melhor da hipóteses, em Espanha o que se pode pagar, legalmente, é o dobro de cá, o que já é muito bom!

domingo, 2 de setembro de 2007

CIÚMES DA NET

Ontem assisti, através da televisão, à entrega de computadores a pessoas que, apesar da sua idade, se decidiram a ir estudar e melhorar as suas competências, recebendo como prenda um computador em condições financeiras altamente vantajosas, e ainda por cima, com acesso à internet de banda larga, também ele em condições vantajosas.

Medida louvável, sem dúvida, esta de pôr o país a navegar na net, o país que trabalha, o país adulto, sim, porque até aqui, as famílias compravam o computador, sempre na perspectiva de que era bom para a criança, era bom para o seu futuro. Já dizia a canção “o rapaz estuda nos computadores, dizem que é um emprego com saída”.

Não se lembrou porém, o 1º. Ministro, dos efeitos perversos que esta medida vai provocar ao nível social e familiar, neste país.

Como sabemos, todos nós, o computador e a Internet já é hoje um dos factores de maior discórdia em casa, quer pela disputa entre os vários membros, para o seu uso ao mesmo, como, sobretudo, já é motivo de grandes discussões entre marido e mulher, porque este ou esta não permitem que o outro esteja muito tempo na net, devido à enorme desconfiança que se instala em casa de cada vez que o outro começa a teclar.

Enquanto, o parceiro está só a ler, tudo bem, quando começa a dedilhar, vem logo a parceira

“ - com que é que estás a falar?” ;
“ – tens assim tanto coisa para dizer?”;

Ora, o nosso amigo José Sócrates, acaba de dar uma machada na paz e na harmonia familiar que este País, tanto precisa…..para que nasçam mais meninos e não, ao contrário, aumentem os divórcios…..