sábado, 28 de novembro de 2009

É preciso ter lata!

Meio atordoados com o que se passou no Parlamento, ao nível da votação do adiamento do Código contributivo da S.Social, muitos jornalistas e analistas apressaram-se a embarcar na onda demagógica da Oposição, do aumento de impostos.

Com efeito, nada mais demagógico do que ouvir políticos que há dias gritavam que era preciso acabar com as fraudes no Rendimento Mínimo, virem agora com a treta de que acabar com os falsos salários e a fuga à contribuição para a segurança social, se trata de aumentar impostos!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Pobres, corruptos e malandros?!

O País vive mergulhado numa teia de imbróglios atrás de imbróglios, ora reais, ora forjados ou inventados, mas o que é certo é que parece que voltamos ao famoso “pântano”.

Tudo começou, há pouco mais de um ano, com a grave crise económico-financeira, pelo menos o agravamento mais visível, sendo que, entretanto, como se já não bastasse, o País mergulhou, numa teia de casos jurídicos e de alegada corrupção ou irregularidades graves ao nível de grandes figuras políticas, desde o BPN passando pela REN e outras na sucata e agora até as Auto-Estradas, da qual dificilmente nos livramos.

Com tudo isto, e porque a economia não ajuda, sim, porque se houvesse no ar “cheiro a dinheirinho fácil”, o pessoal desviava as atenções destes casos, e arregaçava as mangas, mas não! Em face da sarrabulhada de escândalos que vão surgindo, dá ideia que a sociedade se vai acomodando, e, de certa forma baixando os braços.

A forma mais visível e perigosa desse baixar de braços, é o facto de, perante a ameaça do desemprego…uma boa parte da população preferir entregar-se ao dito cujo, ficando a viver à custa do respectivo subsídio pacificamente, em vez de aguerridamente lutar pelo seu trabalho, assim como os empresários que preferem entregar-se à falência, do que lutar pela sobrevivência do seu negócio.

No fundo, dá ideia de que a corrupção começa logo na forma passiva como o mais simples e pobre dos cidadãos se acomoda ao subsídio de desemprego, fugindo à procura de emprego, acabando na mais alta corrupção.

No final…não há défice público que aguente, nem endividamento que chegue para pagar a nossa pouca produtividade e tanta malandrice.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

“Se correr tudo bem, o desemprego vai aumentar”

Nunca mais esqueço a famosa frase do também famoso economista do Porto “se tudo correr bem, o desemprego vai aumentar” ou qualquer coisa neste género, frase fria, mas que na altura, todos acharam que sim, é preciso limpar o tecido empresarial – diziam os ilustres letrados.

Pois é, a coisa deve estar a correr muito bem, pelo menos avaliar pela taxa de desemprego.

Que uns professores universitários, que vivem de pareceres para grandes empresas, regra geral monopolistas na sua área e muitas vezes ligadas ao Estado, dumas aulas ou palestras em universidades também elas maioritariamente públicas, que esses teóricos se possam dar ao luxo de fazer afirmações sonantes, compreende-se, não lhe sai do bolso e o seu está sempre garantido.

Já não se compreende que gestores bancários que lidam diariamente com empresas, lhes vão chupando as parcas margens, enquanto o negócio vai de vento em popa e lhes viram imediatamente as costas, mal a coisa começa a tremer, como está a contecer.

Os bancos neste país, têm uma enorme responsabilidade na quantidade de gente que vai parar ao desemprego. Quando se fala de uma empresa têxtil do norte que vai fechar, 90% dos intelectuais e economistas da praça gritam “já devia ter fechado”, na senda da famosa frase de Daniel Bessa.

Pois é, o têxtil e o calçado dão emprego barato, é verdade, mas as caixas dos hipermercados também dão, e eu só vejo apoios às grandes superfícies, quantas vezes, elas também, responsáveis pelo encerramento de empresas portuguesas, ao colocarem no mercado nacional produtos maioritariamente importados.


Afim de salvar empresas em dificuldades, existe a Lei das Insolvências, que, levada a sério, serve para reestruturar empresas, sendo que o Estado apoia, desde que haja plano “com pernas para andar” e salvar não todos, mas alguns postos de trabalho.

Ora, isto é o que diz a Lei e bem, mas na prática, mal uma Empresa se apresenta ao Tribunal e pede a declaração de insolvência, imediatamente os bancos fogem dela,como o diabo da cruz, selam contas, suspendem factorings, “marimbando-se” para planos e mais planos.

E não me refiro a financiar empresas sem viabilidade, nem o Estado nem a banca, refiro-me à normal gestão do dia-a-dia: que o mercado corte o crédito a uma empresa nessas condições, é normal, até ela se recompor, agora a banca recusar-se a fazer, por exemplo, um simples factoring de mercadoria já entregue a empresas sólidas, só porque o cliente ficou insolvente?

No fundo, entre a vontade dos legisladores e a realidade do dia a dia, vai uma enorme distância, até parece que tudo está feito para que a malta deixe toda de trabalhar e fique a viver à sombra da bananeira do Estado…se correr tudo bem!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Quando os árbitros são figuras centrais do jogo…algo está mal”!

“O País é bom é no futebol” – dizem alguns intelectuais e políticos da nossas praça, querendo, com isso, desmerecer as capacidades dos portugueses.

Pois é, Portugal é bom no futebol e ainda bem, porque o resto…parece que é preciso “comer muita farinha Maizena” , como dizia o outro, para lhe chegar aos calcanhares.

Vem isto a propósito de mais uma avalanche jurídico/político/informativa de que são vítimas os portugueses, com mais um chamado “caso”. Escutas para aqui, processo para ali, arguido para acolá, o País vive mergulhado em termos e casos jurídicos, praticamente desde o dia seguinte às eleições.

Entretanto, assistimos dia após dia ao desfilar de queixas, de empurras, de rvelações, de não revelações, por parte de agentes da justiça.

A Justiça é importante, aliás decisiva, para o bom funcionamento de um País democrático, mas, como dizem os “parolos” da bola, bom árbitro é o que passa despercebido, agora “quando os árbitros são figuras centrais do jogo…algo está mal”!

sábado, 7 de novembro de 2009

A barreira dos dois anos

De há mais de um ano para cá, os chamados fazedores de opinião política, começaram a construir todos os seus raciocínios, numa perspectiva de mandato de dois anos, e isto, desde os mais reles até aos mais citados comentadores políticos.

De repente, o País das opiniões publicadas procede a uma revisão constitucional, sem que esta seja sequer sufragada, ou seja, o Povo vai às urnas e elege um partido e um governo para quatro anos, mas alguém nas assembleias da comunicação, resolve ditar que essa eleição, vale apenas por metade do tempo.

Ora, senhores fazedores de opinião política, tenham lá paciência, primeiro façam-se eleger, arregimentem grandes grupos de pessoas para vos seguir, sejam eleitos e, depois sim, tentem mudar a constituição e partam os mandatos em dois, em três ou nas parte que vos apetecer.

Se mais motivos de interesse não houvesse para enfrentar esta governação, só o prazer de, mais uma vez, fazer estes fazedores de opinião política, engolir as previsões e cálculos que fizeram, é motivo mais que suficiente.