domingo, 11 de novembro de 2007

Católico não Praticante

O Papa Bento XVI recebeu, neste fim de semana, a Igreja portuguesa e os seus bispos, tendo-lhe dado um “puxão de orelhas” alegadamente porque em Portugal o número de católicos não praticantes tem aumentado muito e os bispos e os católicos portugueses em geral, têm que pôr cobro a isso.

Ora, eu, na minha qualidade de católico, de facto, já tinha ouvido falar dessa coisa de ser praticante e não praticante, mas, confesso, de uma forma tão assumida pelas altas instâncias não, aliás, não sei o significa essa coisa de ser praticante.

Como católico que sou, gostaria de saber se me enquadro no grupo dos não praticantes ou praticantes. Já sei que para ser preciso ser praticante, é preciso ir à missa, tudo bem, mas quantas vezes? Será que ir só ao Domingo e se faltar algumas vezes? E indo à missa tenho que comungar? E confessar-me também é obrigatório? E indo à missa, confessando-me, comungando, é preciso dar moeda para o peditório? E se só der nas missas em que tenho moeda, e não der noutras, já deixo de ser praticante?

Estas são, de facto, as interrogações que se me colocam e para as quais eu gostaria que alguém me ajudasse a encontrar resposta.

Dizem que 90% dos católicos é NÃO PRATICANTE, mas porquê?

É que, por exemplo, nunca ninguém viu esta coisa do praticante ser aplicada a mais nada. Por exemplo na política: eu sou socialista, mas não praticante…mas isso porquê, por não ir às reuniões todas? Ou então, eu sou portista, mas não praticante, o que é isso do portista não praticante – aquele que não assiste aos jogos todos?

Um dia destes, temos conversas do género – ah aquele indivíduo é sério, mas não praticante….porquê? Porque uma vez ou outra fez uma maroscazita, mas é sério…

sábado, 10 de novembro de 2007

Non sense politics – a 4ª. via

Durante os últimos anos, vamos dizer, finais dos anos 90 e princípios do séc. XXI, assistimos a uma onda de políticos e governos cujas políticas assentavam no diálogo, na boa imagem, na tolerância, naquele meio termo que nem é pau nem é pedra, a chamada 3ª. Via, personalizada no ex-primeiro ministro britânico Tony Blair, no alemão Schroder e até no rei do diálogo português, António Guterres.

De repente, e nos últimos tempos, tornou-se moda a política do vai ou racha, a política da exigência, do rigor, da autoridade do estado, numa palavra, o Povo parece que quer é que o metam na linha. Isto de falinhas mansas, de contemporizações, de conciliação não dá nada – ouvimos nós durante os últimos anos - basta ver a que ponto chegamos no défice público! – dizem os entendidos em défices, tudo por causa do rei da conciliação Guterres, vai daí o que o Povo quer é cacetada, cinto apertado contas em ordem.

Enquanto a coisa fica por aqui, tudo bem, o problema é que começamos a achar que o corte nos orçamentos já é pouco e então, acha-se piada a algo mais interventor, mais ousado, os políticos têm que ter verdadeiramente pulso na situação e surgem então os políticos do espectáculo.

Já tínhamos nós o Alberto J. Jardim, esse pioneiro da política espectáculo, mas agora, a coisa está a ser levada mais a sério e de uma forma mais profissional, sendo que um dos pontos altos mais recentes dessa evolução, é, no caso da Esquerda mais extremista – o inimitável Chavez da Venezuela, que se dá ao luxo de responder a perguntas de jornalistas, em conferências de imprensa, cantando.

Do outro lado do espectro político, mas sempre na linha da política espectáculo, temos o inovador, o rei da política-espectáculo: o Sr Sarkozy, presidente da França, qual Super-Homem, a repentinamente meter-se num avião para ir resgatar pessoas, que, pelos vistos a propósito de um sórdido caso de sequestro de crianças no Tchade, estavam presas a aguardar julgamento, pelos crimes relativos a sequestro de 100 crianças levado a cabo por uma suposta ONG francesa, passando por cima de tudo o que é protocolo, respeito pela separação dos poderes e respeito pela soberania dos estados.

Portanto, meus amigos preparem-se, porque os próximos tempos trarão, possivelmente, espectáculos e concertos de fados e guitarradas, no hemiciclo de São Bento, shows de box ou até, quem sabe, cenas de teatro de revista, do tipo peixeirada, entre o vice-candidato-derrotado-a ex-futuro-líder do partido da oposição e o Governo, seguidos dos respectivos aplausos da plateia e comentários da crítica especializada, com flash interview e tudo.

Chegamos ao tempo da non sense politics, talvez a 4ª. Via tenha chegado.