sábado, 19 de dezembro de 2009

Todos os dias deviam ser Natal!

“Todos os dias deviam ser Natal” – esta frase deve ter sido inventada por algum Ministro de Finanças ou da Economia, de algum país doentinho da cabeça como Portugal.

Sim, a avaliar pelas toneladas de bacalhau e bolo-rei, para não falar nas batatas e perus vendidos, bem como as cuecas, as meias, os cachecóis, não há dúvida de que o Natal é um grande contributo para o pib nacional.

Eu diria mesmo que, a partir de finais de Setembro, depois de comprados os livros da canalha, a malta cá do burgo já só se preocupa com o Natal, as televisões já só transmitem programas a atirar ao Natal e vivem da publicidadesita e da corrupção dos miúdos: “se vires o anúncio do novo boneco não sei das quantas, dou-te uma série que vais adorar”.

Ora, o Natal, no fundo, já o é em todos os dias do Quarto Trimestre em termos de comércio nacional, ou seja, é responsável, talvez por cerca de vinte e cinco por cento das vendas anuais do comércio.

No fundo, para ser Natal todos os dias, bastava arranjar, vá lá, não um Natal todos os dias, mas todos os trimestres….e pronto, estávamos safos!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Copenhaga - não há penitência que resolva

Decorre por estes dias a Cimeira de Copenhaga, uma espécie de encontro de religiosos, daqueles que prevêem o fim do mundo para amanhã.

Convidando para a cimeira países que dos automóveis só ouviram falar, que da indústria não conhecem senão os produtos que as ONG lhes entregam em missões humanitárias, fazendo esta espécie de gentileza aos mais pobres, os países ricos mostram um grande cinismo.

Dá-me arrepios só de ouvir dizer que o problema desses países pobres é o aquecimento global.

Por mais penitências que os países ricos concordem em fazer a propósito do aquecimento global, nada apaga a hipocrisia desses países, que é o mesmo que dizer das grandes multinacionais, em termos de desigualdade na distribuição de riqueza pelo mundo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Desemprego – que rica vida, até para os sindicatos!!

Quando ouço os lamentos pelo elevado desemprego em Portugal, tenho a sensação de que estes não correspondem à realidade, não fosse a frieza dos números, porque não se vê espécie de agitação social alguma, que o elevado número de desempregados faria supor.

A explicação, quanto a mim, reside no facto de, nos primeiros anos, a maioria dos desempregados portugueses ganhar mais nessa condição, do que a trabalhar.

Não só os salários são baixos, como, ao engrossar esse exército, imediatamente passa a usufruir de vantagens e regalias sociais, que antes não tinha, nomeadamente acesso a subsídios e bolsas na escola, ajuda na habitação, etc etc

Por outro lado, os sindicatos não fazem muito barulho, porque muitos deles, segundo julgo saber, e advogados, cobram imaginem, valores que podem ir até de 10% do Fundo de Garantia Salarial que a Segurança Social paga ao desempregado, a título de indemnização pelos anos trabalhos…10% imagine-se. Ora, se regra geral, os trabalhadores têm direito a 8000 euros, o máximo no caso dos mais velhos, os e advogados podem levar cerca de 800 euros por cada trabalhador.

Que rica vida esta, até para os sindicatos!