sábado, 4 de dezembro de 2010

Orçamento nado-morto

Durante os últimos três meses, os Portugueses sentiram-se europeus do norte, não pelo frio, mas pelo tipo de discurso anti-despesista e ajuizado do Estado, que nos fazia crer a todos que agora é que era.

Com ameaça ou sem ameaça do FMI, parecia que o País tinha ganhado juízo…

Puro engano, por incrível que pareça, quando veio, justamente o frio nórdico, e mesmo antes do orçamento ajuizado…veio a tradicional chafordice polítiqueira lusa, o Chico-espertismo Tuga…

Ainda faltava um mês para que o orçamento entrasse em vigor, já víamos os submissos políticos do sistema, disciplinadamente e às ordens de meia dúzia de grupos ditos grandes, votarem a favor da roubo do imposto sobre lucros, abençoado pela súbdita classe política de direita, que esperam um dia vir a ter um tachito num desses grupos.

Mal havia o dia chegado ao fim, já estava a rebentar outro caso de Chico-espertismo e de fuga às regras impostas pelo tal orçamento ditado pelos europeus do norte…desta vez nas Ilhas dos Açores…sim, uma das regiões, outro pólo junto com as autarquias, de rigor e obediência ao orçamento, que farão com que provavelmente cheguemos ao Carnaval a ter que fazer um rectificativo.

Este orçamento de rigor, é portanto…um nado-morto.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O que é um Socialista?

Hoje de manhã, ao ir p/ o trabalho, apanhei de um assentada com duas notícias:

- Patrões, na reunião com José Sócrates, pretendem rasgar acordo do salário mínimo
- Bancada do PS dividida quanto à votação de uma proposta do PCP, p/ suspender antecipação dos dividendos e respectiva fuga aos impostos

Ora, eu dei comigo a pensar no que passará neste momento pela cabeça das pessoas cuja profissão, temporária, é ser representantes das vontades de alguns milhões de portugueses, os Senhores e Senhoras Governantes e Deputados, ditos socialistas.

Quando na Irlanda, um País que aderiu à CEE depois de nós, o salário mínimo já ia em 1500 euros, será que os homens e mulheres que têm um emprego temporário no governo do país, na sequência de um pedido feito ao povo, põem a hipótese de recuar numa miséria dessas, em favor da opinião de uma dúzia de empresários, que, sendo responsáveis por 20% da exportações nacionais, apenas dão emprego a menos 1% da população?

E os senhores e senhoras cujo emprego temporário é serem deputados, na sequência de um mandato dado pelo Povo, estão na disposição, também eles, de ceder a meia dúzia de portugueses, accionistas de grandes empresas, ajudando a que não paguem impostos sobre os lucros?

Ser Socialista pode ser tudo…mas não isto com toda a certeza, por isso Senhores que recebestes um mandato, ponderai bem o que andais a fazer e em nome de quem, e deixai de tratar já do vosso futuro emprego…por mais ameaçado que o actual esteja!