sábado, 30 de maio de 2009

BUROCRACIA INSOLVENTE!

Tenho uma pessoa amiga que trabalha há muitos anos numa empresa que ela própria existe também há muitos anos, sobre a qual, depois de ter passado guerras, revoluções, intervenções e todo o tipo de problemas, caiu agora a sombra do encerramento.

O que me leva a descarregar para o papel as minhas impressões não é a surpresa pelo encerramento ou pelas dificuldades da empresa, porque pelas informações que a minha amiga sempre foi trocando comigo, sempre fui conhecendo as dificuldades e, de facto, ultimamente elas se têm agravado de forma significativa.

O que me faz escrever é a forma fria como, do ponto de vista da economia nacional, as pessoas que trabalham na burocracia deste país tratam estas matérias.

Por razões óbvias não citarei o nome da empresa, mas tendo os donos da mesma pedido a insolvência junto do tribunal, é lógico que imediatamente isso tenha repercussões nos trabalhadores como ela, mas que ao cabo de um dia ou dois se apercebem dos seus direitos e, enfim, resignam-se, mas sobretudo ao nível do funcionamento porque os fornecedores que até aí forneciam, apesar de receber tarde, imediatamente suspendem os fornecimentos, para não agravarem o prejuízo que já estão a suspeitar nunca recuperarão.

Digo isto, porque me choca que ninguém do tribunal, do ministério do trabalho, enfim, tenha aparecido, pelos vistos, na empresa, depois de várias semanas passadas, para se inteirar da situação onde trabalham dezenas de pessoas, e perceber o que se passa, porque razão uma gerência desistiu e se entregou ao tribunal.

Pode haver muitas razões para uma gerência pedir a insolvência, a principal das quais é com certeza a inviabilidade económico financeira, do ponto de vista desta e com as dívidas que tem, mas havendo postos de trabalho em causa, mas sobretudo encomendas de clientes, não está no espírito da lei das insolvências a tentativa de recuperação e salvação de parte dos postos de trabalho, pelo menos?

Não compete ao tribunal, rapidamente actuar para ver quais as possibilidades de viabilização e entendimento com os credores, no sentido de tentar acautelar o negócio enquanto é tempo e, pelo menos, alguns postos de trabalho?

Ora, demorando semanas, como parece ser prática na maioria dos casos, quando chegarem, vão tentar recuperar um monte de sucata, porque as máquinas ao fim de semanas de paragem dificilmente arrancarão, um grupo de pessoas completamente humilhadas pela inutilidade da sua saída de casa todos os dias de manhã, perante os filhos, e, claro, uma entidade sem aquilo que é a única razão de ser de uma empresa: os clientes.

Eu só me pergunto: será que em vez de genericamente estarmos sempre a acusar a justiça, que é um bem precioso da democracia, não devíamos criticar directamente as pessoas que trabalham na justiça?

Será que esta gente da justiça tem alguma noção do que é a economia e os mercados a funcionar? Sabem essas pessoas que mal os clientes se apercebam de que há o mínimo problema, logicamente fugirão com as encomendas para outros locais e até outros países e não podem ficar à espera que suas excelências acabem os reconhecimentos, as autenticações, as verificações, e mais uma porrada de procedimentos administrativos acabados em ões?

Ora, a seguir, para dar a estas pessoas desempregadas aquilo que elas tinham na sua área como ninguém, a experiência, conhecimento, a motivação, vai o Estado gastar milhões em Fundo de desemprego, Fundos de Garantia não sei das quantas e, claro, a famosa formação…para tentar criar negócios iguais aos que acabou de enterrar, assistindo passivamente.

Até parece que o que está certo é sentarmo-nos à sombra a ver a casa a cair, em vez de tentarmos deitar a mão e fazer algo para que não caia!

E assim vai aumentando o desemprego neste nosso querido Portugal...cheio de burocratas…insolventes.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Outra vez...os malditos pais biológicos!

Parece que, de repente em Portugal, passou a ser crime ser-se pai ou mãe, ou como agora se diz, pais biológicos.

Ainda o caso do sargento está mal arrumado, já o País, ou alguém interessado em levantar poeirada outra vez, movimenta exércitos contra a decisão de um Tribunal que entregou uma criança á mãe biológica e a retirou de casa de um família onde ela viveu durante quatro anos.

Já havia notícias e muita indignação, ao que me apercebo, contra a decisão do juiz de mandar a criança para a Rússia junto com a mãe, mas agora, que uma câmara de televisão apanhou a mãe a dar duas palmadas no rabo da menina, "aqui d'el rey que a mãe não tem condições de tomar conta da criança!"

Vamos lá a ver se ganhamos juizinho e não nos deixamos manipular por imagens que, usadas desta forma oportunista em favor de uma luta contra uma decisão da lei portuguesa, vão dar panos para mangas mas é nos programas fofoqueiros da manhã, na televisão, porque gente ajuizada, não se pode deixar cair na esparrela deste oportunismo mediático.

Tudo isto, independentemente de emitir juizos sobre o caso em concreto, porque não possuo dados que me permitam ajuizar, apenas acho que julgar a senhora, porque deu duas palmadas no rabo da menina...é no mínimo algo que nem o KGB no auge da sua espionagem e julgamentos sumários, ousava fazer!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Loureiro demitiu-se!

Não, não é o Presidente da Câmara de Gondomar, não.

Também não é o Presidente da Liga de Futebol, não.

O Loureiro de que se fala, é um Loureiro que reinou no auge do Cavaquismo e do novo-riquismo português, construído na base dos rios de dinheiro que jorraram durante anos, desde Bruxelas, indo muito desse dinheiro parar a alguns bolsos, vê o País agora, de gente cuja preocupação maior, alegadamente, era esconder em off-shores as monstruosas quantias que lhes sobravam, sabe Deus como...

Independentemente da culpa ou inocência deste verdadeiro barão do PSD, é confrangedor ver alguém, mesmo depois de se contradizer, depois de meter os pés pelas mãos, pela sua própria boca, depois de não sei quantos depoimentos, continuar a querer fazer-nos crer, na comunicação social, que pouco ou nada tem a ver com o que se passou no BPN.

No entanto, custa-me muito a acreditar em amadorismo em homens com esta experiência política, de comunicação, com a influência e poder que têm. Custa-me a crer que a demora em demitir-se do Conselho de Estado, seja uma mera birra, ou teima de Dias Loureiro.

Não sei se já se deram conta, eu já, que neste caso, parece que o importante era a questão política, o grave, o intolerável, o inadmissível, era o homem não se demitir.

Pois bem, o homem demitiu-se: esvaziou-se o balão!

Significa isso que o caso está resolvido?

Não, mas que o lado judicial passa agora claramente para segundo plano, durante este tempo todo, em detrimento do lado político…eu não tenho dúvidas, e que, a partir deste momento, o caso sai da ribalta mediática, também não.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

MARINHO PINTO, SEMPRE POLITICAMENTE INCORRECTO

Marinho Pinto, Bastonário da Ordem do Advogados acaba de dar umas bastonadas, acaba de dizer à Manuela Moura Guedes, aquilo que mais de 10 milhões de portugueses gostariam de poder dizer e não podem.

Porque será que nos surpreende a reacção mais normal e inteligente do mundo, a afirmação da completa palhaçada que são os pretensos noticiários da Moura Guedes?

Será que estamos a ficar loucos e até já achamos normal que a informação seja transmitida daquele forma indecentemente fantochada?

Ou será que não estamos habituados a ver figuras públicas serem e reagirem como pessoas normais, como seres humanos, quando colocados perante uma câmara de televisão?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Antes Geração Rasca do que Geração BUFA!

Há pouco mais de um ano, o País ficou chocado com as imagens feitas a partir de um telemóvel, por um aluno, dentro de uma sala de aulas, na Escola Carolina Michaelis, em que uma aluna é filmada numa cena de peixeirada para com a professora.

Na altura, enquanto a maioria dos professores aproveitava a onda de contestação da Fenprof para , mais uma vez, se fazerem de vítimas e clamarem contra a política do Governo e isto e aquilo, eu, e muita gente, preocupávamo-nos com algo de tenebroso e que, depois de começar não se sabe onde pode acabar: a valorização das imagens clandestinas e ilegais, para efeito de condenação, naquele caso, da aluna.

Ora, não foi preciso esperar muito para vir a lume um caso, exactamente com os protagonistas ao contrário, ou seja, a peixeirada desta vez é feita por uma professora, completamente fora de si, que mais uma vez um jovem aluno resolve gravar p/ posterior denúncia.

Eu não vivi muito tempo antes do 25 de Abril de 74, mas tenho suficiente conhecimento da história para gritar, alto e bom som, aos senhores responsáveis da comunicação social: ALTO!

É que, senhores responsáveis da comunicação, a continuarem a valorizar esta vergonhosa prática pidesca, ainda hão-de ver, imagens e sons do que se passa dentro de vossa casa, ou quem sabe, daqueles gritos e disparates que despejam para cima dos vossos subordinados, naqueles momentos de stress que todos temos.

Não permitam que de Geração Rasca, esta juventude passe a ser conhecida como a Geração BUFA!

sábado, 16 de maio de 2009

A César o que é de César…

A prática religiosa católica sempre esteve presente na minha vida, desde a família onde sempre se rezou o terço, frequentei a catequese, fiz as comunhões, fui crismado, casei pela Igreja, participei muito activamente em organizações juvenis influenciadas pela Igreja.

Porém, sempre esteve presente no meu espírito, principalmente no tempo de juventude, aí pelos anos 80, uma certa maneira irreverente de intervir e viver a religião católica. Graças aos líderes que me inspiraram, tive a sorte de conseguir ver a vivência cristã como algo de rebelde, independente em relação ao Poder terreno.

A Igreja que eu vivi e por que me senti atraído, é uma Igreja, como se dizia, progressista, independente, uma Igreja voltada para a defesa da Paz, da solidariedade, dos direitos humanos, tendo como exemplo a vida de Cristo que nunca se sujeitou aos Poderes terrenos, sendo mesmo perseguido e crucificado por causa de defender os seus ideais.

Ora, ao assistir hoje na RTP1, o Canal televisivo do Estado, durante uma tarde inteira a um cerimonial em que, em minha opinião, se acaba por misturar deliberadamente a Religião com a Política, a meu ver erradamente, em que aparece o Comentador de referência de assuntos políticos, a comentar uma Procissão, bem como a jornalista do programa de debate político de referência nacional a liderar tal reportagem, ao ver isto, eu acho que o País ou algumas correntes no País, tentam misturar aquilo que em minha opinião devia ser como a água e o azeite.

Desde sempre foi uma tentação para os donos do poder terreno ascenderem à categoria divina, bem como para as religiões controlar não só os assuntos de Deus, mas também os negócios terrenos, ambos com resultados catastróficos ao longo da história, em que o cidadão, o ser humano, acaba a ser um joguete na mão dos dois poderes.

Espero que alguém ponha um pouco de água fria neste fervor, caso contrário, ninguém poderá condenar as tentativas de aproveitamento da religião, por parte de candidatos políticos por essas autarquias fora, ou os discursos políticos de padres por essas igrejas fora, principalmente agora que vem aí um período eleitoral intenso

Como dizem as escrituras: “ - A César o que é de César, a Deus o que é de Deus!”

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Negócios com Jesus

Muitas saudades tenho do Mês de Maio na minha Terra – o mês de Maria.

Para além de se sentir a Primavera a vir em força e a anunciar o Verão, para além do cheiro das árvores e flores que rebentam nos jardins, lembro-me de algo muito peculiar, de algo que neste mês eu fazia diariamente em criança com a minha avó: ir rezar o Terço à Igreja, a Novena.

Todos os dias do mês de Maio, lá ia eu e a malta toda para a Igreja, onde rezava o Terço, entoava os cântigos de Fátima, que ainda hoje me deixam, também eles, saudades e, claro, quando já mais crescidote, aproveitava para namoriscar as raparigas lá da Terra, no caminho da Igreja para casa.

Ora, hoje passados esses anos e já longe do cheiro das árvores e muito mais dos cânticos arrastados da minha avó, há uma frase dela que me ficou para sempre, a propósito das promessas que as pessoas faziam a troco de uma cura, da solução de um problema, disto ou daquilo: fazer negócios com Deus é pecado!

E eu digo, a propósito do mês de Maio agitado que por aí vai, lá para as bandas da Luz, principalmente em vésperas de um jogo Braga–Benfica e que também envolve promessas: fazer negócios com Jesus é pecado...pelo menos em vésperas de um jogo destes!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Magalhães, Bacalhau, Farinha Maizena e o resto da lista

Há tempos, o País ficou chocado porque o Primeiro Ministro português andava a vender computadores, algo pouco digno de um Primeiro Ministro esta coisa de andar a promover a venda de computadores.

Ora, os Governantes supostamente são eleitos para gerir a coisa pública, precisam que a economia funcione e produza receita fiscal, que suporte os cada vez maiores custos do Estado.Vivendo nós numa economia de mercado, em que a iniciativa privada é preponderante, de facto os Ministros não deviam promover negócios privados, mas de onde vem então a receita?

Fazem muito bem os governantes em promover os produtos e marcas portuguesas, como ainda agora o Presidente da República fez na Turquia, promovendo o Bacalhau Português… da Noruega.

O expoente máximo deste dinamismo publicitário e de apoio às marcas e produtos portugueses, foi atingido, pois claro, pelo próprio, o maior o Ministro da Economia, nada mais nada menos que o Rei da gaffe, mas que grande contributo deu à reabilitação de uma grande marca nossa: a Farinha Maizena, quando disse no Parlamento, que o Paulo Rangel precisava como muita p/ chegar aos calcanhares do Basílio Horta.

Se a moda pega...já estou a imaginar os discursos no Parlamento patrocinados pela Super Bock..."- o Sr Deputado andou mas é nos copos a noite toda e emburcou mas é umas bejecas da Super Bock" e assim serão dados muitos contributos à dinamização da Economia Nacional.

domingo, 10 de maio de 2009

Desemprego…uma oportunidade!

Após as considerações sobre as causas, acho que hoje já todos temos que nos concentrar na saída da famosa crise, porque negar que ela existe, seria como diz o ditado: “pior cego é o que não quer ver” e, portanto, devido a isto ou aquilo, sem dúvida que há crise e a face mais difícil, e visível dela é o desemprego.

Um dia destes, ouvia uma pessoa interrogar-se sobre o porquê de tanta gente dizer que há crise, não entendia. De facto, há que concordar que, ao contrário do Sol, a crise quando nasce não nasce para todos, e ainda bem.

No entanto, também é preciso dizer que já há 10, há 20 ou há 30 anos houve pessoas para quem havia uma enorme crise, porque elas tiveram a infelicidade de trabalhar em empresas que faliram, ou foram despedidas, e hoje já nem se lembram de tal situação, ou até agradecem a tal facto a boa situação que têm hoje, ou seja, em vez de nos atermos a generalizações, acho que há que ver, do ponto de vista da pessoa desempregada individualmente considerada, como sair da “sua” crise.

Sim, porque isto, é como a morte, todos sabemos que ela um dia virá, ou seja, se há coisa para que estamos preparados é para morrer, temos a certeza de um dia, todos morreremos, no entanto, não há crise maior do que a perda de alguém, no dia da sua morte.

Ora, com o Desemprego a situação é um pouco idêntica, todos sabemos que um dia nos pode bater à nossa porta, portanto, durante anos nos vamos psicologicamente preparando, mas na hora da verdade…deve ser duro, como no dia da notícia da morte de alguém querido.

Acontece, porém, que há uma pequena diferença: um desempregado…NÃO ESTÁ MORTO, logo, não há lugar a choros e portanto, há que aproveitar o “intervalo” que o Desemprego dá à pessoa, para ganhar fôlego, fazer rectificações de rumo, pegar no seu destino com muito maior segurança pessoal do que há anos, quando começou a trabalhar e há que construir algo de novo, aproveitando a sua experiência adquirida!

Se não fôr encarado assim o Desemprego, penso que este se pode revestir de uma situação perigosa, quer do ponto de vista financeiro, mas sobretudo do ponto de vista psicológico e social da pessoa desempregada, pois a quebra da rotina do trabalho pode originar desânimo e o baixar de braços.

Portanto, os que estão desempregados ou à beira disso são, ao fim e ao cabo, as pessoas mais disponíveis para contribuir para o fim da crise, criando negócios novos, tendo a vantagem de poder começar já expurgados dos vícios dos negócios mais antigos, que os levaram a falir!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Bloco Central ou um ataque à Democracia

De repente, do meio das conversas sobre a crise, surge alguém com a brilhante ideia de lançar outros temas para a discussão política, que não a crise económica. Tirando essa vantagem, não dá para entender o que é que pretendem esses pensadores com o lançamento deste assunto agora e desta forma.

Estando o País a vários meses das Eleições Legislativas e em plena campanha para as Europeias, altas individualidades do Estado resolvem antecipar-se ao veredicto das eleições, e há que começar a ditar já o que se deve fazer no dia a seguir à eleições.

Planear com tanta antecedência não é qualidade que normalmente se nos atribua a nós portugueses e muito menos em política, até porque, temos visto, em meias dúzia de meses tudo muda, inclusive lideranças partidárias e respectivos compromissos.

Ora, não sendo um planeamento normal, até porque está a condicionar a própria votação em si, o que pretendem estas altíssimas figuras do Estado, ao lançar com tanta antecedência a discussão sobre este assunto?

No mínimo, em minha opinião, estão a pôr em causa o sistema democrático e a passa um atestado de menoridade aos partidos políticos que, segundo eles, não são capazes de se entender, em assuntos importantes para o País.

sábado, 2 de maio de 2009

Então, os Piratas somos nós?!

Que em Portugal era possível piratear, ao nível das marcas de vestuário, de música, dos filmes, etc. etc. sob o olhar benévolo da opinião pública e quantas vezes até censurador das acções das autoridades, que tentam acabar com essa chaga nacional, como a ASAE, isso já todos sabíamos.
Agora, que enviamos meios militares navais e aéreos dos mais pesados e apetrechados que temos, ao abrigo da n/ participação na NATO, para patrulhar as águas na zona da Somália, que até lideramos actualmente essa força, prendemos ainda esta semana 19 piratas armados, mas que também aí, não somos capazes de ser eficazes, porque não temos Lei que o permita e temos que os mandar embora, deixando os bandidos de novo livres para actuar.
Isso, eu confesso que não sabia.
Qual é, então, a missão dos militares que lá andam a correr riscos? Que moral têm se são obrigados a soltar os piratas, mesmo quando apanhados em flagrante delito?

Com um sistema assim, é caso para perguntar como o outro:- “Então, os Piratas somos nós?!”

Painéis - porquê dos combustíveis e nas AE?

Já todos sabemos, está escrito, é uma regra que todos temos presente, a de que não se deve legislar a quente, não se devem tomar decisões no calor das discussões, se estivermos à beira de decidir no meio de acalorada discussão, devemos respirar fundo, deixar o assunto em banho-maria e no dia seguinte decidir.

Vem isto a propósito desta conversa dos painéis nas auto-estradas, indicando os preços dos não só dos combustíveis na Estação de serviço respectiva, mas sobretudo, o preço que se pratica nas estações seguintes.

Lembro-me que, no calor da discussão, no auge dos preços altos dos combustíveis, esta medida soava como música para os ouvidos dos martirizados consumidores, era preciso cair em cima dos malandros das petrolíferas, era preciso controlar os lucros, era preciso, enfim, já nessa altura, regular!

Hoje, à distância e numa altura em que os preços já bateram recordes contrários, mas sobretudo, numa altura em que o problema escaldante já não é esse, ocorre-me perguntar a quem defende esta medida, se esta será mesmo legal, ou seja abstracta e universal como se exige.

É que eu, durante um mês de trabalho, nas minhas deslocações diárias, gasto centenas de euros em combustíveis…e não faço um único quilómetro em auto-estrada, ora, será que eu não tenho direito a ter acesso à tal informação, à tal protecção do consumidor? Será que este serviço de espionagem comercial, de comparação de preços, decorre do pagamento da portagem?

Já agora, no meu caso, os combustíveis até nem são a maior despesa que tenho, a maior despesa mensal que tenho é no Leite, na Fruta, na Carne,…ora, porque é que à entrada do supermercado A não estão afixados painéis alertando que, ali, a fruta está pela hora da morte e que no supermercado B, ao lado, o preço está muito mais em conta?