Sou de uma Terra onde o trabalho nas obras, juntamente com o emprego dado na Câmara Municipal, constituem a maior fonte de emprego e riqueza da população, a activa claro, porque a outra, claro, tem como patrão o Ministério da Solidariedade.
Ora, desde pequeno que me habituei a insultar, a chamar nomes, aos empreiteiros, sub-empreiteiros e outros “rateiras” afins, como chamamos àqueles pequenos empresários que saem de manhã, com a sua carrinha e três ou quatro empregados ainda jovens.
Sempre chamei nomes, porque deles se dizia muitas ou na maioria das vezes, que retinham os descontos “para a caixa” e, na hora de precisarem, os jovens quando se apercebiam, nem sequer estavam inscritos na segurança social.
Por isso, todos dizemos que é um crime e um crime hediondo, e corria lá na aldeia, de longe a longe, que fulano ou sicrano, coitado, precisou de baixa e não teve, porque não estavam lá os descontos.
Ao vir para a cidade, trabalhar em empresas já não de uma carrinha, mas sim de autocarros de gente, claro, ao ouvir falar de crise e sabendo dos problemas que existem, de longe a longe me interrogo, lembrando-me dos “rateiras” lá da Terra: “será que estão lá os meus descontos”?
Pergunto-me, porque é que os patrões dizem que precisam da ajuda do Estado, pomposamente dizem que têm dívidas ao Fisco e à Segurança Social…e ninguém lhes chama ladrões?
É que, nos dias que correm, a situação é de tal forma grave, a deflação é tal, que nas empresas industriais portuguesas já não só não se tem margem de lucro, na maioria do que se produz em Portugal, como já se está a entrar e a comer no custo, incluindo nos encargos sociais…até ficarmos ao nível dos parceiros asiáticos…Globalisation oblige!
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