O País clama por justiça, o País exige que a Verdade venha ao de cima, o País exige Justiça, porque não se admite que Políticos sejam corruptos.
O País grita, esbraceja, fica à beira de um ataque de nervos, enquanto a figura política é indicada pela imprensa como potencial suspeito.
Quando o potencial suspeito passa a suspeito, a fúria passa a ligeira zanga, perante um suspeito, o País sente-se defraudado.
Se na sequência do processo, o suspeito passa a arguido, aí o País sente ainda alguma vontade de justiça, ainda deseja que o Político pague pelo mal que nos fez, por aquilo que roubou.
Mas quando o Político é acusado, aí o País já entra na fase do desinteresse pelo caso, porque tem mais com que se preocupar, e o Político enfim, se calhar até é um vítima do sistema.
Mas, se de acusado, o Político passa a culpado, aí o País passa não só a admirar as qualidades e a esquecer o que levou o Político a ser um dia essa coisa terrível, criminosa que é ser potencial suspeito e passa a ter até um sentimento de protecção da vítima da justiça, do pobre do acusado, atingindo este os mais altos níveis de simpatia e popularidade junto da população.
Neste jardim à beira mar plantado, neste País de brandos costumes vale a pena ser culpado, porque apenas potencial suspeito, enfim, é algo que eu não desejo nem ao meu maior inimigo.
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