Ontem passou na SIC, uma reportagem feita por esta televisão, nos bastidores do Santuário de Fátima. Sim, aquilo parecia uma visita ao Teatro S. Carlos, justamente á parte que fica por detrás das cortinas, aquela que ninguém vê quando vai ao espectáculo.
As câmaras andaram por subterrâneos, no cimo da Torre da basílica, que pelos vistos, é encimada por uma coroa, como nenhuma no mundo, uma curiosidade.
Enfim, várias curiosidades, mas de todas elas, uma me chamou a atenção e tem a ver com a parte onde estão expostas as ofertas que as pessoas fazem, a título de satisfação de promessas, ou p/ pedir algo, enfim.
Ora, só em ouro, o Santuário recebe, medalhas, pulseiras, anéis, alianças, enfim, uma panóplia de objectos que, salvo erro totalizam cerca de 50 kgs por ano, deste precioso metal.
Pergunto eu: será que esta postura do Santuário, a de aceitar ofertas deste género, para além de outras, a título de pagamento de promessas, não é uma imoralidade, para além, de eventualmente, de uma ilegalidade?
Será que, ao aceitar, ofertas a este título, na maioria dos casos, vindas de gente que naquele momento está atravessar um problema grave na sua vida, o santuário não está a fazer o mesmo papel que os charlatães que abundam por aí, e que, quando apanhados têm que prestar contas à justiça?
Doações, mecenato, enfim tudo isso é possível, legar e até desejável que aconteça e exercer o culto também, a liberdade religiosa é um pilar do estado democrático.
Agora, aceitar e, enfim, nada fazer para evitar, antes pelo contrário, tais ofertas a troco da realização de um desejo, ou milagre não deveria ser penalizado?
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