domingo, 21 de outubro de 2007

A GUERRA de Joaquim Furtado

Na próxima 3ª. Feira por volta das 22h00, no Canal 1 vai ser transmitido o 2º. De 13 episódios de um documentário sobre a Guerra portuguesa em África.

Vi o 1º. Episódio e aconselho vivamente a verem, pois é um trabalho feito de uma forma original, com imagens inéditas, sobre um tema que até hoje, nunca foi abordado pelos portugueses em geral, com o distanciamento e a frieza que o tempo já devia permitir.

Todos temos nas nossas relações pessoais, que amigos quer familiares, pessoas que sofreram na pela essa terrível realidade, que foi a Guerra em África. O assunto foi sempre abafado, ou não abertamente discutido, para uns por razões de trauma psicológico pessoal, para outros, por razões de quererem ocultar a verdade.

Neste documentário, há entrevistas a pessoas hoje, que, de uma lado e de outro da barricada, lutaram e contam detalhes que nunca nos passaram pela cabeça.

Um dos aspectos, que neste 1º. Episódio me chamou mais à atenção, foi auto-confiança dos governantes portugueses da altura, para não lhe chamar ingenuidade, em que éramos diferentes, que éramos amigos dos pretos, logo, eles gostavam de ser colonizados por nós, porque não éramos como os franceses, e outros europeus que já haviam descolonizado, e por isso não trataram de tomar as medidas que se impunham e assim, poder evitar a desgraça que veio a seguir.

Estou ansioso elos próximos episódios.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Fátima - pagamento de promessas

Ontem passou na SIC, uma reportagem feita por esta televisão, nos bastidores do Santuário de Fátima. Sim, aquilo parecia uma visita ao Teatro S. Carlos, justamente á parte que fica por detrás das cortinas, aquela que ninguém vê quando vai ao espectáculo.

As câmaras andaram por subterrâneos, no cimo da Torre da basílica, que pelos vistos, é encimada por uma coroa, como nenhuma no mundo, uma curiosidade.

Enfim, várias curiosidades, mas de todas elas, uma me chamou a atenção e tem a ver com a parte onde estão expostas as ofertas que as pessoas fazem, a título de satisfação de promessas, ou p/ pedir algo, enfim.

Ora, só em ouro, o Santuário recebe, medalhas, pulseiras, anéis, alianças, enfim, uma panóplia de objectos que, salvo erro totalizam cerca de 50 kgs por ano, deste precioso metal.

Pergunto eu: será que esta postura do Santuário, a de aceitar ofertas deste género, para além de outras, a título de pagamento de promessas, não é uma imoralidade, para além, de eventualmente, de uma ilegalidade?

Será que, ao aceitar, ofertas a este título, na maioria dos casos, vindas de gente que naquele momento está atravessar um problema grave na sua vida, o santuário não está a fazer o mesmo papel que os charlatães que abundam por aí, e que, quando apanhados têm que prestar contas à justiça?

Doações, mecenato, enfim tudo isso é possível, legar e até desejável que aconteça e exercer o culto também, a liberdade religiosa é um pilar do estado democrático.

Agora, aceitar e, enfim, nada fazer para evitar, antes pelo contrário, tais ofertas a troco da realização de um desejo, ou milagre não deveria ser penalizado?